sexta-feira, 11 de março de 2011

PostHeaderIcon UM MOVIMENTO FRACO E DE FRACOS

 
  O movimento nacionalista português, por mais que nos custe admitir, é um movimento débil, de reduzida expressão, com uma militância insignificativa, e com pouquíssima capacidade de inverter essa situação a curto e médio prazo. Não querendo ser demasiado pessimista, não vislumbro também a longo prazo, que seja possível um recuo nessa marcha em direcção ao abismo.
     Considerando o nacionalismo uma árvore, em que dela, nascem e vivem os mais diversos ramos, temos em Portugal, como no resto da Europa: os nacional-socialistas, os nacional-revolucionários, os identitários, os fascistas, os patriotas, e na árvore portuguesa os salazaristas.
      De cada ramo ideológico, rebentam outros raminhos, que apesar de fazerem parte do ramo-mãe, seguem a sua própria vida e destino - as organizações. As folhas são aqui descritas como - os militantes.
      O que as organizações nacionalistas no seu todo não compreenderam ainda, é que nenhum dos ramos consegue viver sem o tronco da árvore, e que estas jamais crescerão se apenas um ramo existir, e captar através da sua folhagem, a energia suficiente para sobreviver. A árvore tombará para ao lado do seu único ramo e é uma questão de tempo para apodrecer e perecer.
       A estabilidade dessa mesma árvore está numa equilibrada e necessária comunhão de esforços entre todos os seus ramos e folhas, que apesar de seguirem direcções diferentes, todas apontam ao sol, e trabalham no benefício comum de um todo.
       Outro problema que identifico é a falta de raiz, que é logo onde a putrefacção começa, fazendo com que a árvore esteja condenada á nascença a não se elevar nas alturas. A árvore inicia-se na raiz que aqui identifica como os nossos militantes mais aptos e capazes.
        Estes, ainda que representando o melhor do nacionalismo, têm uma reduzida capacidade de resistência, de erguerem projectos e concretizá-los, de conviverem harmoniosamente, assustam-se á presença do lenhador, e voltam ao mínimo sinal de adversidade para debaixo da terra, justificando a sua fraqueza com tudo o que o rodeia e nunca com a sua cobardia.
        É de facto, preciso coragem para nos expormos aos primeiros raios de luz, e às intempéries da vida e sagaz perseguição de lenhadores.
        A esses que fazem parte da raiz, falta-lhes a persistência, a insistência, a condutibilidade, coragem e bravura. Á primeira brisa, metade recolhe-se, ao primeiro vendaval só os considerados “loucos” sobrevivem.
       Parece-me que o movimento nacionalista precisa muito mais de “loucos” do que de desertores.
       É com profunda tristeza que assisto nestes últimos 20 anos, á desistência de camaradas que reconheço capacidades superiores e que tanta falta fazem ao movimento.
       Quando vejo folhas caírem, encaro isso com toda a naturalidade, umas nascem, outras morrem, só quem não conhece a lei da vida poderá sonhar em ter sempre uma árvore folhada, a brisa leva muitos na adolescência, e o vento outras na juventude, mas as raízes, essas, profundas, com uma base ideológica consistente, com a maturidade alcançada, e com o perfeito conhecimento dos problemas que afligem o país e que só no nacionalismo reside a solução, não podem de maneira alguma dar-se ao luxo de desaparecer, ainda que sejam em alguns casos, uma hibernação que de tempos em tempos desperta.
      A minha tristeza e frustração é com esses que aprendi a admirar, a crescer, e a tornar-me o homem que sou, esses...os fracos que desistem!
      Não me coloco á margem, não da desistência crónica, que essa nunca fez parte da minha personalidade, mas de uma cota parte de responsabilidade em ter contribuído no passado para as divisões que o movimento atravessou. Também eu já fui portador do machado. Mas quando iniciei uma profunda reflexão interior e com toda a modéstia mas também realismo percebi que tinha deixado de fazer parte das folhas, adolescentes e juvenis, para fazer parte da raiz, a minha postura imatura teria que mudar. Já fiz o mea culpa e assumo aqui as minhas desculpas aos visados.
     Se as pessoas que conheci nestas duas décadas de combate, do norte a sul do país, a que reconheço elevado valor, saíssem da escuridão e conseguissem se perdoar uns aos outros, e encarar esta luta, a nossa luta, como algo mais importante do que o rancor e o ressentimento, teríamos um dos movimentos mais fortes de Europa. Talvez essa união fortalecesse também os que ideologicamente são extremamente fortes e mais fracos de coragem, e os que de bravura não lhes falta mas carecem de uma maior formação ideológica, uns anulavam os defeitos dos outros e não os potencializavam porque agiriam de boa fé.
      Mas não me parece que o futuro nos reserve essa sorte, o movimento continuará estéril, totalmente inverte, sem conseguir alcançar o seu possível objectivo –chegar as pessoas. E daqui a muitos anos talvez quando já for tarde demais, vamos acordar para a vida.
      Em Portugal na raiz dos problemas, todos querem ter o seu grupo de fieis seguidores, todos querem ser líderes, não admitem ser camaradas, questionados, repartir, partilhar ou ceder, mas essa obstinação curiosamente vacila perante a ameaça do inimigo externo, fazendo com que por vezes esses das raízes resistam mais internamente do que ao exterior. Isto acaba sempre da mesma forma. Em descrédito total.
     Todos os que tive o prazer de ter lado a lado, ombro com ombro, costas com costas, na Frente Defesa Nacional (FDN) em 1992, nas prisões através da Irmandade Ariana (I.A) desde 1995, na Ordem Lusa e Orgulho Branco no virar de século, na Portugal Hammerskins (PHS) desde 2001 e na Frente Nacional (FN) e PNR desde 2004, terão a possibilidade de recuperarem a sua honra, que deixaram no campo de batalha, e um dia ergueram-se de novo e puderem voltar a encarar o espelho que sempre lhes gritava
-          És um desertor, és um fraco! E com todo o orgulho clamarem ainda mais alto – Sou um homem, estou de volta e comparecerei no toque a reunir!
     Pode ser excesso de romantismo da minha parte, criação de falsas expectativas no meu inconsciente mas sempre fui um sonhador e não permito que alem do meu cativeiro me retirem também a liberdade para sonhar.
      Ainda que continue pessimista. 

                   
Por: Timóteo Veiga

0 comentários:

Enviar um comentário

TRADUTOR

Visitas